Para participar clique neste link: https://meet.google.com/xwo-jqpf-dfb
Dia: 29 de agosto às 19 horas (GMT Brasília) ONLINE e presencial, em Jacobina, Br.
Uma iniciativa do Grupo de pesquisa Cult-Vi
Com a participação de Emanilson Alves Sarau da Onça
Prof. Paulo Brazão
Prof. Silvana Vieira
Prof. Nailson Rocha
Para participar na videochamada, clique neste link: https://meet.google.com/xwo-jqpf-dfb
Gostaria de iniciar a minha participação neste encontro com o seguinte texto:
QUANDO A UNIVERSIDADE É UNIVERSALIDADE
Se não fosse professor seria arquiteto. Gosto de contemplar os espaços deixados entre a presença das paredes. Há uma enorme poesia no betão. Mas arquitetar ideias é outra coisa. É de ter a possibilidade de interagir com outros, de construir e de fazer crescer pensamentos que irão perdurar. Percebi isso com nove anos em Moçambique. A minha mãe pedia-me para ensinar história de Portugal aos colegas. Eu gostava mais de equilibrar-me nas árvores a estudar gramática do português. Memorizava tudo. No fim da tarde à sua frente, cantava a ladainha gramatical, as conjugações verbais simples e compostas e mais os feitos históricos dos heróis portugueses, depois a geografia e os caminhos de ferro, as estações e apeadeiros de Portugal continental e ultramarino. Tudo isso.
Nunca mais saí da escola. Neste preciso momento tenho 60 anos de idade e 39 anos de carreira docente. Constatei que Universidade é Universalidade e só a conquisto com os pés no chão, rumo ao horizonte.
Pode o horizonte criar-nos o desejo de partir sem voltar?
Quando olho para o conhecimento inteiro vejo que jamais parti ou voltei.
É como o pêndulo de Foucault.
Como o próprio tempo me enganou. Esta é a curiosa maravilha do saber.
Procuro desafios na jornada académica. Trago para a educação as ciências que vou conhecendo: a psicologia a inovação pedagógica, a tecnologia, a inteligência artificial as artes cénicas, as visualidades. A cultura e a diversidade ampliaram a minha visão sobre a riqueza da experiência humana no contexto educacional.
Continuo a estudar. O meu interesse em invariantes culturais, estudos de género e etnografia educacional guiam-me por novos territórios. A carreira académica é uma sucessão de atos de vida, oportunidades, formas de deixar legado, de plantar a mudança na educação e continuo porque acredito no poder transformador da educação.
Paulo Brazão
9 de agosto de 2024